A proposta da Educação Integral no Brasil ainda representa um baita desafio. Você já escutou pessoas falando sobre a importância da Escola de Tempo Integral? Eu ouço pessoas falando disso nas mídias, nos governos e até dentro das próprias escolas, cometendo um grande engano, pois “Educação Integral” e “Escola de Tempo Integral” são coisas bem diferentes.

Oferecer uma Escola de Tempo Integral significa dobrar a carga-horária do estudante na
escola. Trata-se de uma decisão que pode valer a pena. Porém, isoladamente, não resolve a questão da qualidade da educação.

Educação Integral é o processo que ajuda o estudante a se formar integralmente. Assim, o espírito e o significado da palavra INTEGRAL estão associados ao SER HUMANO e não reduzidos, apenas, aos fatores TEMPO ou AMBIENTE ESCOLAR.

Então, vamos tecer algumas DICAS para a prática da Educação Integral:

  • Tenha sempre em mente uma sólida visão de homem, buscando responder à seguinte questão: que tipo de jovem queremos formar? Nessa tarefa, uma referência entre as mais importantes aponta para o desdobramento das aprendizagens da UNESCO em competências e conjuntos de habilidades: aprender a ser (competências pessoais), aprender a conviver (competências relacionais), aprender a conhecer (competências cognitivas), aprender a fazer (competências produtivas) e aprender a transcender (competências espirituais).
  • Promova um “toró de ideias” (brainstorming)com a sua equipe de trabalho, registrando as funções do conhecimento: para que serve o conhecimento na vida das pessoas? Assim, será possível criar novos insumos para a construção de uma visão de conhecimento, que será muito útil como baliza para o planejamento educacional.
  • Estruture um “cardápio formativo” variado: um conjunto de oportunidades educativas sintonizado com as múltiplas formas de aprendizagem dos estudantes. Para além das atividades expositivas como aulas, palestras e debates, os estudantes precisam de práticas e vivências que lhes permitam exercitar funções como liderar e ser liderado; trabalhar em grupo; criar soluções e promover inovações diante de desafios teóricos e práticos; falar em público e saber escutar o outro; identificar as suas próprias potencialidades e limitações; definir objetivos e metas, sabendo o que fazer para alcançá-las; e muitas outras habilidades.
  • “Jogue luzes” no papel dos familiares dos estudantes. A família é a base de tudo! É importante lembrar que o núcleo familiar não é composto, necessariamente, por laços sanguíneos, mas por laços afetivos. Nessa linha de raciocínio, pode-se afirmar que nem todo pai é educador familiar e nem todo educador familiar é o pai. Enfim, independente do formato que a configura, a família tem vocação para exercer uma influência especial na educação das novas gerações; portanto, devem ser consideradas como parceiras indispensáveis. Lembre-se daquele antigo ditado popular: “A educação vem do berço”.

Trabalhar a favor da formação do jovem por inteiro é, a um só tempo, um direito das novas gerações e um dever das gerações adultas: “… da família, da sociedade e do Estado”. A Educação Integral é a ideia cujo tempo chegou. Mãos à obra!

Alfredo Gomes

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