O desenvolvimento da Educação Integral no Brasil ainda é um território marcado por muitos desafios, dúvidas e incertezas. Os atuais modelos educacionais brasileiros são focados – quase que exclusivamente – na dimensão da racionalidade. Frequentemente, há espaços reduzidos e subalternos para as demais dimensões do humano. Na verdade, a educação vem supervalorizando a esfera da razão, da ciência e do tecnicismo e subordinando as demais dimensões (co) constitutivas do humano: a afetividade, a corporeidade e a espiritualidade.
As equipes das secretarias de educação, redes de escolas (públicas e particulares) e de outros estabelecimentos de ensino, assim como das diversas modalidades de programas sociais, precisam e requerem alinhamento (conceitual, estratégico e metodológico) sobre os processos de implantação e desenvolvimento da Educação Integral.
O verdadeiro significado (valor) e sentido (direção) da Educação Integral se traduzem na formação plena das novas gerações. Nessa perspectiva, é vital que as equipes de educadores dominem os maiores, melhores e mais inovadores paradigmas de desenvolvimento humano, nos planos internacional e nacional.
Nem todo professor é educador e nem todo educador é professor. Educar é uma das missões mais lindas que existe! É também um papel social que não se resume à transmissão de conhecimentos. Ser educador requer sensibilidade, empatia, encantamento, amor pelo que faz e uma série de outras coisas “mescladas” com um elenco de atitudes e posturas básicas inerentes ao perfil dos profissionais que atuam na esfera educacional.
Nem toda escola que funciona em tempo integral pratica a educação integral, assim como a educação integral não acontece, necessariamente, em escolas de tempo integral. O horizonte temporal necessário ao desenvolvimento da proposta em pauta se confunde com a duração de vida do educando. Estamos falando da educação permanente para e pela vida.
Todo projeto pedagógico é político, mas nem todo projeto político é pedagógico. A dimensão política de um projeto pedagógico se justifica a partir do seu posicionamento, explícito ou não, sobre três grandes ideais: a visão de homem, a visão de mundo e a visão de conhecimento.
Os ambientes de aprendizagem precisam ser revistos. Na realidade, os espaços voltados para a formação do jovem por inteiro incluem e ultrapassam as paredes das salas de aula e os muros da escola, estendendo-se para as comunidades e a vida social mais ampla.
A aula expositiva é importante, exercendo um papel construtivo na educação das crianças, dos adolescentes e jovens. A exposição, porém, não pode mais prevalecer, quase que exclusivamente, nos itinerários formativos. Trata-se de um método que precisa ser devidamente equilibrado com outras metodologias e ferramentas educativas.
De acordo com a Conferência Mundial sobre Educação para Todos, realizada em Jomtien (Tailândia), no período de 05 a 09 de março de 1990, os conteúdos da educação vão muito além dos conhecimentos. Se os conteúdos educacionais fossem sistematizados em uma publicação, os conhecimentos representariam um dos capítulos da obra.
O que o educador sabe, domina e é capaz de fazer para ensinar é um lado da moeda. Não se pode abrir mão, entretanto, daquilo que o educando domina, sabe e é capaz de fazer para aprender. A estruturação e a operacionalização do projeto pedagógico devem estar, sempre que possível, em harmonia com as demandas e expectativas, os sonhos e interesses dos educandos.
Nascer para si mesmo é um desafio existencial de todo ser humano. O autoconhecimento é uma das habilidades necessárias para que isso ocorra de modo construtivo e deliberado, impulsionando a germinação das melhores promessas, luzes e forças que o educando traz consigo.
O educando muda porque é compreendido e aceito e não é compreendido e aceito porque muda. A técnica que oferece um “novo gás” para a otimização das relações interpessoais nas escolas, organizações de aprendizagem e programas sociais é a Pedagogia da Presença.
Para que a capacidade inventiva, criativa e transformadora das novas gerações seja impulsionada, é imprescindível considerar o educando como fonte de iniciativa (ação), liberdade (opção) e compromisso (responsabilidade).
A juventude necessita e requer orientações e ferramentas seguras para a ação que lhe permita transformar os seus sonhos em planos e os seus planos em realidade.
Ir além do que se é: se superar, transcender! Esta é uma notável capacidade que se faz presente em todos os seres humanos. Os estudantes precisam ser preparados para o enfrentamento e a superação das adversidades.
Embora os conhecimentos cognitivos e as habilidades produtivas sejam indispensáveis ao desenvolvimento da empregabilidade do jovem, não se pode abrir mão das habilidades socioemocionais, favorecendo o desenvolvimento integral do educando.
O entendimento e a aplicação de alguns conteúdos essenciais da neurociência na educação ajudam muito o trabalho das equipes de educadores. Trabalhamos com a reedição dos conteúdos científicos em linguagens e instrumentos simples, atrativos, metafóricos e extremamente práticos, favorecendo o desenvolvimento das habilidades socioemocionais das novas gerações.
“Nem todo educador familiar é pai e nem todo pai é educador familiar!” É com base neste princípio que defendemos a diversidade dos formatos de constituição familiar, com sensibilidade, respeito e valorização. O importante, no caso da educação, é que os integrantes das gerações adultas das famílias desenvolvam um elenco de atitudes que favoreçam o desenvolvimento pessoal, relacional, cognitivo, produtivo e espiritual do educando.
A educação para valores é um dos eixos vitais para o desenvolvimento da juventude. Trata-se de um poderoso caminho formativo que ajuda o educando, dentre outras coisas, a avaliar situações e a tomar decisões construtivas e bem fundamentadas diante delas, incorporando uma atitude positiva e duradoura nas diversas esferas de sua vida.
Fazer os Pilares da Educação da UNESCO “desembarcarem” no chão das atividades formativas, considerando o adolescente e o jovem por inteiro, é uma demanda pedagógica da maior importância. O uso de metodologias e ferramentas inovadoras permite às equipes de educadores a viabilização de um ciclo avaliativo que entrelaça e fomenta os seguintes componentes: aprendizagens, competências, conjuntos de habilidades, capacidades e comportamentos observáveis que podem ser mensurados com base em uma escala de apreciação.
O verdadeiro significado (valor) e sentido (direção) da Educação Integral se traduzem na formação plena das novas gerações. Nessa perspectiva, é vital que as equipes de educadores dominem os maiores, melhores e mais inovadores paradigmas de desenvolvimento humano, nos planos internacional e nacional.
As novas gerações aprendem mais pelo curso dos acontecimentos do que pelo discurso das palavras. Este é um dos princípios da Educação Ativa. Ao colocar as “mãos na massa”, entretanto, o educando vai muito além do “Aprender a Fazer Fazendo”, porque ele aprende, também, a ser, a conviver, a conhecer e a transcender.
Cada escola ou unidade educativa precisa ser respeitada, especialmente, em relação a três aspectos: a identidade, a autonomia e os dinamismos que lhes são peculiares. Isso não significa, porém, que elas devam ficar “ilhadas” em si mesmas ou desconectadas dos demais estabelecimentos de aprendizagem espalhados pelas comunidades, cidades e estados do país. Na verdade, cada escola, instituição de ensino ou programa social precisa se articular em rede para alinhar propósitos comuns a favor da educação integral da população infanto-juvenil
O alinhamento em torno destas lições, dentre muitas outras, se traduz nas condições vitais para que as equipes de trabalho compreendam, aceitem e pratiquem a Educação Integral, promovendo um salto triplo: