Quando estamos dirigindo em uma estrada, de acordo com o trecho que estivermos passando, há placas nos informando: “Devagar, animais na pista”; “Quebra-molas a 50 metros”; “Velocidade máxima: 80 km”; “Proibido estacionar”. O que acontece quando quebramos essas regras? Podemos ser advertidos, um guarda de trânsito chama a nossa atenção ou, dependendo da gravidade da infração, simplesmente recebemos uma punição. Não tenha dúvida: a multa chega.
Com a educação de crianças e de adolescentes as coisas funcionam mais ou menos assim. A verdadeira educação requer limite na conduta dos meninos e das meninas.
O melhor jeito de fazer isso é dando exemplo: procure agir como um espelho para as crianças e os adolescentes. Mirando-se em atitudes positivas, eles “descobrirão” caminhos seguros para trilharem ao longo de suas vidas.
E se eles não seguirem as suas condutas positivas? Converse. Um diálogo – a um só tempo – sincero, fraterno e exigente é uma boa ferramenta educativa. Procure substituir o “não por que não” pelo “não porque…”, mostrando à criança ou ao adolescente porque ele deve agir assim ou assado.
E se o diálogo também não funcionar? Aí vem a advertência: faça um trato ou combinado: “Se você fizer tal coisa, a consequência será essa. A escolha é sua”.
E se ele continuar sem obedecer às boas regras ou as normas de convivência sadia? Aí vem a “multa pedagógica”: “Você não poderá ir a tal lugar ou fazer tal coisa, porque você agiu assim ou assado”. “Você ficará sem usar a internet até amanhã, porque fez isso ou aquilo”. Isso não é sinal de desamor, é uma atitude de respeito, exigência e de autêntico e profundo desejo de que o garoto ou a garota adquiram maturidade para aprenderem a ser e a conviver com discernimento, equilíbrio e bom senso.
Se as novas gerações não forem educadas com limite hoje, amanhã poderão se tornar adultos que não saberão pisar no freio, não respeitarão as placas de sinalização, não terão alicerces seguros para se relacionarem com as regras do jogo do mundo do trabalho e da vida. Portanto, não abra mão disso: colocar limite é uma prova de amor e de responsabilidade na ação educativa.
Dedico este pequeno texto aos educadores e as educadoras de um modo geral e a Dona Aurora em especial: minha querida mãe, que soube dosar a sensibilidade com a firmeza; a liberdade com a responsabilidade; as palavras com os exemplos; a razão com o coração a favor da minha formação.
Despeço-me, externando que a minha intenção ao partilhar essa mensagem é a de ajudar os educadores a exercerem influências construtivas e duradouras no desenvolvimento das crianças e dos adolescentes de um modo cada vez melhor. As novas gerações precisam ser educadas por inteiro: sentimento, razão e espiritualidade. Por isso, não abram mão da educação integral.
Lembrem-se: primeiro o menino ou a menina formam os bons hábitos e, depois, os bons hábitos tornam-se a base da educação para e pela vida.
Alfredo Gomes